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Você provavelmente está familiarizado com as extensões de navegadores, algo que a maioria de nós utiliza diariamente. Elas adicionam funcionalidades úteis, mas ao mesmo tempo, são uma ameaça tanto para sua privacidade quanto para segurança. Vamos discutir o que há de errado com elas e como você pode assegurar a proteção dos seus dispositivos. Primeiro, vamos entender o que são exatamente as extensões.
O que são extensões de navegadores e por que você precisa delas?
Uma extensão é como um plugin para o seu navegador que adiciona certas funcionalidades ao mesmo. As extensões podem modificar a interface de usuário ou adicionar algumas opções de serviços web.
Por exemplo, as extensões são utilizadas para bloquear anúncios, traduzir textos, ou adicionar páginas em outros serviços de notas como Evernote ou Pocket. As extensões são muitas – existem centenas ou até milhares -para produtividade, customização, compras, jogos e mais.
Quase todos os navegadores mais populares suportam extensões – você pode encontrá-las no Chrome e Chromium, Safari, Opera, Internet Explorer e Edge. Elas estão amplamente disponíveis e algumas são bastante úteis, então muitas pessoas acabam usando várias.
O que pode dar errado com as extensões?
Extensões maliciosas
Em primeiro lugar, as extensões podem ser puramente maliciosas. Isso acontece em sua maioria com aquelas que vêm de sites de terceiros, mas algumas vezes – como nos casos do Android e da Google Play – o malware se infiltra em lojas oficiais também.
Por exemplo, pesquisadores recentemente descobriram quatro extensões na Google Chrome Web Store que pareciam inofensivos aplicativos de lembretes, mas na verdade foram pegos gerando lucros para seus criadores ao clicarem secretamente em anúncios pagos por clique.
Como uma extensão pode fazer algo assim? Bom, para fazer qualquer coisa, uma extensão requer permissões. O problema é que, dentre os navegadores comumente utilizados pelas pessoas, só o Google Chrome pergunta ao usuário se pode conceder essas permissões; outros permitem que as extensões façam o que quiserem como padrão, e o usuário não tem opção.
No entanto, mesmo no Chrome esse gerenciamento de permissões existe apenas na teoria – na prática, não funciona. Mesmo as extensões mais básicas normalmente exigem permissão para “ler e modificar todos os seus dados nos sites que você visita”, o que dá a elas o poder de fazer virtualmente o que quiserem com suas informações. E se você não conceder essa permissão, não serão instaladas.
Tropeçamos em outro exemplo de extensões maliciosas há algum tempo – elas estavam sendo usadas por criminosos para espalhar malware no Facebook Messenger.
Sequestrando e comprando extensões
As extensões de navegadores são um alvo interessante para os criminosos, porque muitas possuem enormes bases de usuários. E elas são atualizadas automaticamente -se um usuário baixou uma extensão inofensiva, pode ser atualizada para se tornar maliciosa; esse update seria baixado para o usuário imediatamente –ele pode nem perceber.
Um bom desenvolvedor não faria isso, mas a sua conta pode ser sequestrada e uma atualização maliciosa ser disponibilizada na loja oficial em seu nome. Foi isso o que aconteceu quando criminosos utilizaram phishing para conseguirem as credenciais de acesso dos desenvolvedores de um plugin popular chamado Copyfish. Nesse caso, o plugin, que originalmente fazia reconhecimento visual, foi utilizado por criminosos para distribuir anúncios adicionais aos usuários.
Às vezes, desenvolvedores são abordados por empresas que se oferecem para comprar suas extensões por quantias bastante atraentes. As extensões normalmente são difíceis de monetizar, motivo pelo qual os desenvolvedores frequentemente correm para fechar esses acordos. Depois que a empresa compra a extensão, pode atualizá-la com características maliciosas, e essa atualização será empurrada para os usuários. Por exemplo, é o que aconteceu com a Particle, extensão popular do Chrome para customizar o YouTube que foi abandonada pelos desenvolvedores. Uma empresa a comprou e imediatamente a transformou em adware.
Não maliciosas, mas perigosas
Até mesmo extensões que não são maliciosas podem ser perigosas. O perigo aparece porque a maioria delas têm a habilidade de coletar muitos dados sobre os usuários (lembre-se da permissão de “ler e modificar todos os seus dados em sites que você visita”). Para garantir o seu ganha-pão, alguns desenvolvedores vendem dados anônimos coletados para terceiros. Isso normalmente é mencionado no Acordo de Licença ao Usuário Final (EULA) da extensão.
O problema é que na maioria das vezes esses dados não se tornam suficientemente anônimos, o que leva a problemas sérios de privacidade: quem comprou os dados pode identificar os usuários do plugin. Isso aconteceu com o Web of Trust – plugin que já foi muito popular para Chrome, Firefox, Internet Explorer, Opera, Safari e outros navegadores. O plugin era usado para avaliar sites baseado na opinião popular. Além disso, a extensão coletava todo o histórico de navegação de seus usuários.
Um site alemão alegou que o Web of Trust estava vendendo os dados coletados para terceiros sem torná-los devidamente anônimos, o que fez com o que o Mozilla retirasse a extensão da sua loja. Os criadores da extensão então a removeram de todas as outras lojas de navegadores. No entanto, um mês depois a extensão estava de volta. O Web of Trust não é uma extensão maliciosa, mas pode prejudicar pessoas expondo seus dados para alguém que não deveria saber quais os sites os usuários visitam e o que fazem lá.
Como utilizar as extensões de maneira segura?
Apesar do fato de que as extensões podem ser perigosas, algumas delas são realmente úteis, e é por isso que você provavelmente não vai querer abandoná-las completamente. Continuo usando pelo menos meia dúzia delas, e tenho certeza que duas destas utilizam a permissão de “ler e modificar” mencionada anteriormente.
Pode ser mais seguro não usá-las, mas isso é inconveniente, então precisamos de uma maneira de usar extensões mais ou menos com segurança. Aqui está como:
– Não instale muitas. Elas não apenas afetam a performance do seu computador, como são um potencial vetor de ataque, então limite sua quantidade para apenas algumas das mais úteis.
– Instale apenas de lojas oficiais. Lá, passam por análises nas quais especialistas de segurança filtram aquelas que são maliciosas dos pés à cabeça.
– Preste atenção às permissões que as extensões exigem. Se uma extensão já instalada em seu computador pede uma nova permissão, isso imediatamente deve chamar a sua atenção; alguma coisa provavelmente está acontecendo. Essa extensão pode ter sido sequestrada ou vendida. E antes de instalar qualquer extensão, é sempre uma boa ideia olhar as permissões exigidas e refletir se elas condizem com a funcionalidade do aplicativo. Se você não consegue encontrar uma explicação lógica para as permissões, provavelmente é melhor não instalar.
– Use uma boa solução de segurança. O Kaspersky Internet Security pode detectar e neutralizar códigos maliciosos em extensões de navegadores. As soluções antivírus usam uma vasta base de dados de extensões maliciosas que é frequentemente atualizada – e nós descobrimos novas extensões maliciosas do Chrome quase que diariamente.
Fonte: Kasperky Daily